Viver na minha cabeça é como assistir a um noticiário: há os assuntos anunciados e óbvios e há os de última hora, que são a vida a acontecer
Bem-vindos à nova divisão da casa meshmess : JUST LIKE ELI
Antes de mais, deixem-me apresentar-me para quem chega pela primeira vez e obrigada a quem já me acompanha desde sempre.
Chamo-me Elisabete Costa, tenho 44 anos e vivo em Vila Nova de Famalicão, Portugal. O mundo atual chama-me empreendedora, mas eu assumo-me como alguém profundamente apaixonada por temas que acabei por transformar em trabalho por conta própria. Não foi sempre assim, mas é assim há cinco anos, uma descoberta contínua que não pára de me surpreender. Um caminho que nunca fez parte dos planos.
Porquê um blog em 2025?
Sim, eu sei. Em pleno 2025 decidi criar um blog. Super old school. Concordo convosco. Mas apeteceu-me imenso.
Há muito tempo que procuro um espaço onde possa falar do que quiser, sem limite de tempo, caracteres, formatos ou algoritmos a mandarem em mim. As redes sociais já não me dão o que preciso e já vomito as regras e regrinhas, as mentiras do espaço. É uma relação terminada sem conversa. Um dia posso fechar a porta sem aviso. O YouTube não me puxa. Um podcast? Talvez… ainda está no “ainda".
Então fez-se luz: porque não um blog dentro do site da meshmess? Consultei a minha autoridade e foi um namoro bom até chegar aqui.
A marca é uma extensão de mim. É a minha casa. E a minha casa pode ter as divisões que eu quiser. Aqui entra quem quiser habitar este espaço e partilhar da mesma curiosidade, energia ou inquietude. Pareceu-me uma super ideia.
Porque é que o site da meshmess tem de ser apenas um e-commerce? Servir apenas como uma máquina de venda digital. Porque não fazer diferente? Recuperar o vintage. E ter um blog é super vintage. Vintage é trend. E ser trend é ser a Elisabete.
A confusão deliciosa que é viver na minha cabeça
Agora, a verdade que me trouxe mesmo até aqui: “eu tenho demasiados assuntos na cabeça”. Não são poucos. E isso andava a gerar ansiedade. A sério.
Viver na minha cabeça é como assistir a um noticiário: há os temas anunciados e há a vida a acontecer nos intervalos. No final do dia olho para o que partilhei nas redes, o que falei nos 2.774.884 grupos de WhatsApp, o que vivi pessoalmente… e fico maluca comigo.
Pergunto-me: “que pessoa sou eu?”
É tudo tão díspar. Tanta coisa que me interessa. Tanta cena que acho A CENA. E Tudo é Assunto.
Mas a verdade é esta: eu sou mesmo assim.
Os meus muitos assuntos (e todos fazem sentido… eu sinto que sim).
Eu amo moda. Consumo tudo o que apanho. Mas, para mim, moda é para transmitir algo. Tem um propósito. Daí ter criado uma marca: a minha visão do mundo através da moda. Despertar as pessoas para serem elas próprias. Por isso todas as peças são TU, com um produto unissexo em destaque.
Também aplico em mim: identifico tendências com facilidade e uso tudo na minha cena. Os meus looks são inspiração e quero que sirvam de inspiração, não cópia. Era o que faltava ir contra o propósito. Mais um assunto.
Também queria falar desta facilidade de identificar tendências. Não sei como, ainda, mas dava-me imenso prazer fazê-lo. É uma temática que dá um assunto.
Eu gosto de ferramentas de desenvolvimento pessoal. Psicologia esteve em cima da mesa, mas escolhi Marketing porque, na minha cabeça super adulta, “assim organizo festas e o meu pai já não me controla a hora de chegar” ( riam-se porque também me rio muito quando me lembro ). Herdei esta ideia de que trabalho é uma coisa muito séria, de forma pouco saudável, que ando a tratar. A esta distância, foi a melhor decisão. Ser psicóloga fascina-me pela parte de entender cabeças, mas não tenho estrutura para não trazer as dores das pessoas comigo. Ia pifar, certinho. Mesmo assim, o caminho levou-me até estas temáticas. E, mais uma vez, fiz disso um assunto: partilhar efeitos, descobertas, mudanças.
O mesmo aconteceu com o Human Design: apaixonei-me, aprendi a usar como GPS, apliquei ao meu negócio, fui parar a uma formação de analista e, sem perceber como, agora faço várias análises semanais. E estou a amar. É A CENA. Facto. Não sei ainda como comunicar isto ao mundo. Tudo me sabe a pouco. Mas aprendi há dias: deixa-te ir no flow. Só que o flow em mim dura pouco… mania de controlo inútil.
O desporto: mais um assunto. Se pudesse, obrigava toda a gente a praticar (o quê? escolha de cada um). O nível de stress diário é absurdo. Tenho total consciência do privilégio que é ser dona do meu tempo. É o maior bem depois da saúde. Já disse mil vezes que o desporto me ajuda na ansiedade. E, claro, a ansiedade também é assunto. Cria-me problemas sérios. Fico doente a sério. Quero explorar isso. Não sei como, mas sinto que é mais um caminho.
O meu cão também é assunto. Sou fascinada pelo meu e pelos dos outros. Para mim, ter um cão é A CENA. É família. Dá-me gargalhadas e calafrios. Mas os dos outros também mexem comigo. Bato de frente com quem lhes faça mal, mas não tenho estrutura para ser voluntária porque queria ficar com todos. Mais um assunto importante: animais merecem respeito, caramba.
O humor é a minha arma. Torna tudo mais leve. E há sítios onde não se pode brincar? Quem disse? No trabalho brinca-se sim, com limites. Não é 24/7, mas dá. E o meu bullying com amorinho? E as conquistas dos meus que o mundo precisa saber? É super assunto.
E a minha dislexia, que tanto me castrou e agora… estou nem aí. Eu sei que dou erros e que podia ir confirmar, mas a maioria das palavras inventadas ou comidas, na minha cabeça, estão perfeitas. Eu leio o que não existe. Podia ir ao ChatGPT? Podia. Mas nem sempre me apetece, lembro ou tenho 100% de certeza de que estou correta.. Passei a viver bem com isso.
Eu encontro uma base nisto tudo, desta necessidade de partilha, super óbvia para mim e mega validada pelo Human Design. Mas, muitas vezes, senti-me julgada pelo que vou dizer: eu foco-me no outro. Estou cá para o outro. Porque quero. Não porque fujo de mim.
Só tenho de aprender a não deixar o outro levar-me toda a energia ( mega…mega…desafio)
Através das minhas experiências, daquilo que funciona comigo, por onde já passei e onde estou, quero partilhar isso com quem fizer sentido. Não é tudo para todos. É o meu para quem quiser agarrar. Não é sobre quantidade.
Ter esta consciência, à minha dimensão, faz-me sentir que tenho o dever de partilhar com o mundo, com o objetivo de o tornar melhor. Atualmente está aflitivo. Não me imagino a mudar o mundo, mas vejo-me como um ponto que quer despertar as pessoas para saírem do rebanho. E somos muitos com esta visão em diferentes áreas. Muitos pontinhos juntos criam uma mancha. E quanto maior a mancha, maior a probabilidade de termos um mundo melhor. E esta mancha sim, pode mudar o mundo.
Cresci com a frase “a educação dá-se em casa”. Hoje dou-lhe imenso valor. Pensem comigo: se estivermos bem connosco, na nossa casa interior, não há mimimi que nos demova. E, se uns chegam aqui mais depressa que outros, sem julgamento algum, não têm o dever de fazer mais? Eu sinto que sim.
Agora, como juntar isto tudo numa única coisa? Como fazer disto um único assunto?
Se calhar, não precisas. Quem disse que precisas?
E daqui nasce o blog, a nova divisão da casa meshmess, a minha casa. Que já era vossa e assim continuará.
JUST LIKE ELI
Elisabete Costa